Prefeitura de SP impede criação de linha da EMTU que mal passaria pela cidade


A Prefeitura de São Paulo indeferiu diversos outros pedidos feitos pela EMTU para criação e mudança de linhas intermunicipais. Entre os indeferimentos, está uma possível mudança na linha 044 – no qual foi mencionado o antigo trajeto entre Diadema e o Itaim Bibi – e a criação dos serviços complementares 820VP1 e 219PR1, ambos ligando a cidade de Santa Isabel à estação Armênia do Metrô, possivelmente com algum atendimento diferenciado em Santa Isabel. Desta vez, a recusa não foi assinada pela secretária municipal de mobilidade e transportes, Elisabete França, mas sim pelao diretor do Departamento de Transportes Públicos, Roberto Cimatti (normalmente, é o secretário[a] que assina).

Mas o veto que mais chama a atenção nesse caso é o da criação da linha 847, que ligaria a rodoviária de Mairiporã ao Terminal Vila Galvão, em Guarulhos. Não é novidade que os moradores de Mairiporã há anos clamam por uma linha que ligue a cidade à Guarulhos, um importante polo de estudos, empregos e lazer na região.

Ainda não tivemos acesso à qual itinerário esta linha realizaria, mas pode-se imaginar que sua circulação na capital paulista se daria pela Rodovia Fernão Dias e por algumas vias locais da Zona Norte, ao sair da rodovia, para que se pudesse atravessá-la e chegar ao lado guarulhense, após passar pelo Rio Cabuçu de Cima.



Considerando este trajeto, nota-se que uma nova linha entre essas duas cidades em nada interferiria em linhas municipais da Capital, visto que não seriam utilizadas vias mais importantes dela. Além disso, pouco provável é a hipótese de que moradores de Mairiporã que necessitam ir para Guarulhos (ou vice-versa) usem ônibus municipais de São Paulo para tal.

Em reportagens veiculadas por programas jornalísticos locais, bem como em matérias publicadas pela mídia impressa e online em 2018, os mairiporenses já se queixavam das dificuldades que enfrentavam para acessar a cidade de Guarulhos. Para tanto, eles precisam pegar uma das linhas que vai para São Paulo (042 ou 822, por exemplo), descer em um ponto de ônibus na Fernão Dias – que fica num viaduto – e utilizar uma escada improvisada para acessar outro ponto, próximo ao Terminal Vila Galvão.

Para surpresa de poucos, neste ponto improvisado, questões como segurança, higiene e conforto deixam a desejar. Há relatos de passageiros que preferem ir até a Rodoviária do Tietê para então embarcar para Guarulhos, buscando uma opção menos perigosa. Uma linha direta entre os dois municípios resolveria o problema tanto de mairiporenses quanto de guarulhenses. Mas a Prefeitura de São Paulo, por motivos para lá de obscuros e em matérias que pouco lhe dizem respeito do ponto de vista prático, se mostra disposta a interferir na vida de forasteiros, sem nenhum pudor.

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Redação

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